“50% ódio, 50% tremedeira”. Já ouviu essa expressão antes? Apesar da fama de estressado, o Pinscher é um cão muito companheiro e que conquistou uma legião de fãs mundo afora. A história do surgimento da raça é incerta. Muita gente acha que eles são descendentes do Doberman, mas os Pinschers surgiram bem antes. Registros provam sua origem na Alemanha há cerca de duzentos anos, mas pinturas e registros bem mais antigos retratam cães muito parecidos com a raça, o que deixa a origem desses cachorros em dúvida. Resultado do cruzamento de alguns terriers, do Dachshund e do Greyhound, o Min Pin, como também é conhecido, foi registrado no American Kennel Club em 1925 e é uma raça muito popular aqui no Brasil.

A fama do temperamento do Pinscher não é das melhores, mas isso não passa de uma ideia errada sobre esses cãezinhos. Acontece que eles possuem uma personalidade forte dentro de um corpinho minúsculo. Na verdade eles são muito ativos, brincalhões e amorosos. Mas acima de tudo isso, são cães muito territorialistas e protetores. Sendo assim, a qualquer sinal (qualquer sinal mesmo) de alguma coisa fora do comum, eles latem, avançam e tentam proteger seus tutores a qualquer custo. Até se dão bem com crianças, mas não têm muita paciência com elas, sem contar que é meio arriscado deixá-los com crianças menores, já que o Pinscher é muito pequeno e sensível e uma brincadeira mais bruta pode acabar machucando. Quando socializados desde cedo, se dão muito bem com outros animais.

O Pinscher é um cão inteligente que ocupa a posição 36 no ranking definido por Stanley Coren em seu livro A Inteligência dos Cães. Ou seja, eles precisam de poucas repetições para gravarem um comando, mas precisam de um treinamento moderado para não esquecê-los. Como são extremamente fiéis aos seus humanos, a personalidade da família vai influenciar muito no comportamento do Pinscher. Uma família que seja calma e mantenha a rotina do cachorro com brincadeiras e exercícios moderados, estará contribuindo para a criação de um animal equilibrado. A socialização com outros animais e com outras pessoas deve ser feita desde filhotinho, para que ele saiba identificar o que é um “intruso” e o que é apenas um outro cãozinho passeando na rua, por exemplo.

O Pinscher possui uma expectativa média de vida entre 12 e 15 anos e cuidados básicos com alimentação, vacinação e vermifugação em dia além de visitas periódicas ao médico veterinário garantirão uma vida longa e saudável para esses pequenos.

Por ser muito pequeno, o Pinscher se adapta muito bem em qualquer espaço, inclusive apartamentos, no entanto isso não exclui a necessidade desse animal de se exercitar ao ar livre. Não pense você que correr dentro de casa já é suficiente. O animal precisa estimular o seu olfato e seus instintos tendo contato com a natureza e outros animais. É um cão muito ativo que precisa de brincadeiras e caminhadas diárias, mas com intensidade moderada, para não ser sobrecarregado. A alimentação deve ser equilibrada e controlada para evitar a obesidade que pode ser de grande risco para um animal desta estatura. Como seus pelos são curtos e não são longos, eles sentem muito frio e por isso devem sempre ficar protegidos no inverno.

Na Alemanha, seu país de origem, o Pinscher também é conhecido como Zwergpinscher, que quer dizer “Anão mordedor”. É a terceira raça mais popular aqui no Brasil. Se adultos esses cães já são pequenininhos, imagine os filhotes! O cuidado deve ser redobrado com a chegada de um filhote de Pinscher na sua casa. Qualquer frestinha é rota de fuga para eles. Além disso, fica fácil pisar ou sentar no cachorrinho sem querer, já que ele vai ficar o tempo todo atrás de você. Por isso muito cuidado e mantenha-o sempre ao alcance dos olhos.

O Pinscher não costuma apresentar nenhum problema clínico grave na maioria das vezes. A Legg-Perthes é a principal preocupação para quem tem um Pinscher, mas apesar do nome complicado, ela nada mais é do que a luxação na patela, condição relativamente comum em cães pequenos, que faz com que seu joelho apresente uma espécie de deslocamento. O acompanhamento médico veterinário regular fará com que essa condição seja identificada e tratada da melhor forma. Atrofia Progressiva da Retina também é um problema que pode aparecer no seu cãozinho, independentemente da sua idade.